terça-feira, 20 de maio de 2014

MINI BIO: VERA-ELLEN






Hoje vou falar de uma graça de dançarina. Vera- Ellen. Admito não era muito fã da garota, achava meio orgulhosa e sem sal ao atuar, mas não posso deixar de admitir que a moça primeiro, era elegante, segundo, sabia dançar como poucas. Vera -Ellen ( Westmeyer) Rohe nasceu em  Ohio, 21 de fevereiro de 1921.Tinha 1,63m. e era chamada de Bunny, o que me vingou porque sempre achei ela parecida com uma coelhinha. Era filha de Martin Rohe um afinador de pianos e Alma Catherine Westmeier, filhos de imigrantes alemães.Dizem que seu nome tem um hifen porque sua mãe sonhou com ela tendo seu nome em luzes antes dela nascer. Ela começou a dançar com 10 anos para melhorar o corpo porque era muito magra e apareceu em nightclubs  como roquete e tambem dançou na Broadway.  Sua carreira em filmes iniciou em 1945 com o filme Wonder Man com Danny Kaye outro prodigio do cinema.  Casou-se duas vezes , com o dançarino  Robert Hightower e como  milionário Victor Rotschild. Divorciou-se as duas vezes. Trabalhou com os grandes dançarinos da época, fez tres palavrinhas com Fred Astaire em 1950 e a Belle of New York in 1952 e On the Town ( um dia em Nova York ) com Gene Kelly em 1949, White Christmas com Bing Crosby em 1954 e Call me madam com Donald O´Connor em 1953.Namorou Rock Hudson por tres anos e apesar de dizerem que era algo arranjado pelos agentes, permaneceram bons amigos. Quando Hollywood parou de fazer musicais, ela tambem se afastou do cinema, alegando ter anorexia.  Apareceu em Las Vegas e fazendo filmes da tv por algum tempo . Seu ultimo filme foi em 1957, Lets be Happy com Tony Martin.Teve uma filha  , Victoria Ellen Rotschild que morreu da doença do berço com poucos meses.Começou a sofrer  de artrite porem continuou a ter aulas de dança para aliviar as dores e manter a forma. Era um republicana convicta e admiradora de Ronald Reagan.Morreu de cancer em Los Angeles, em 30 de agosto de 1981





           Vera-Ellen e uma de minhas paixões, o grande Donald O´Connor em Its a lovely day today.








sábado, 1 de fevereiro de 2014

MINI BIO: SUSAN HAYWARD







Foto promocional de Natal.



Hoje vou falar de uma garota muito determinada e de que gosto muito. Sem contar um amigo meu que também tem paixão ( merecida) pela garota. Essa é para você J. T. A Brooklin Bombshell como foi apelidada em Hollywood, foi batizada como Edythe Marrener, o que concordo não é exatamente o nome para uma estrela de cinema. Filha de Walter Marrener ( um empregado de transportadora ) e Ellen Pearson. Ruiva de nascimento, era gozada pelos colegas na escola pública no Brooklin.Nasceu em Brooklin , New York, em 30 de junho de 1917 e pelo que se contava, sua mãe tinha preferencia por uma de suas irmãs, o que deixou a pequena Edythe sentindo-se perdida e com poucos amigos. Aos seis anos foi atropelada enquanto atravessava uma rua, sofrendo ferimentos na perna e nos quadris,  e ficou mais de um ano para se recuperar da experiência que  lhe deixou além de um mancar que ao se tornar adulta e se transformou num leve ondular das cadeiras , com  muitas sequências emocionais.No primario, aos doze anos apareceu em uma produção de escola de Cinderela na terra das flores com o amigo Ira Grossel que mais tarde tornou-se o ator Jeff Chandler.Com isso e inspirada pela atriz , Barbara Stanwyck de quem era fã, procurou tornar-se atriz.Começou a trabalhar como modelo para ajudar nas contas da casa e em 1937 apareceu  na capa da Saturday Evening Post.


Capa de 1937


 Fez também uma série de anúncios  de aspiradores, balas de menta, cremes para a pele e  sabonete.Decidida a ser atriz, primeiro tentou o papel de Scarlett O´Hara, assim como centenas de atrizes sem sucesso,uma vez que sua audição revelou além de uma atriz ainda inexperiente, um sotaque do Brooklin que não foi considerado refinado suficiente para uma bela do sul.Mas assinou um contrato com a Warner Bros. e mudou o nome para Susan Hayward. Em março de 1938 morre seu pai e a Warner não renova seu contrato. De personalidade indomável, a jovem Susan assiste muitas vezes o filme, O Prisioneiro de Zenda, one procura copiar o sotaque inglês do ator Ronald Colman. Bem sucedida com seu novo sotaque, assina com a Paramount. Seu primeiro filme com eles é Beau Geste de 1939.Em 1944,depois de um inicio tumultuadode romance ( ele tentou beijá-la e ela o estapeou por isso) descobre-se gravida do ator Jess Baker, casam-se e ela aos 27 anos dá a luz a gêmeos, Gregory e Timothy Barker . Deixando seus filhos com o pai em casa, ela continuou atuando e também começou a beber demais.Mas ainda estava perseguindo o seu sonho e trabalhou em muitos filmes até que em 1947 estrelou o longa metragem Smash Up: a História de uma mulher, o que lhe permitiu ser indicada pela primeira vez como melhor atriz.Em 1953 ela se divorciou e também sofreu uma overdose de remédios e bebida,Levada ao hospital, logo depois liberada, continuou a trabalhar.Em 1955 estrelou o drama Eu chorarei amanhã onde conta a história da atriz alcoólatral, Lilian Roth. Em 1957 após dois anos de relacionamento com Floyd Eaton Chalkley, ela se casou com o nativo da Geórgia, mais velho e educado além de rico. Por algum tempo  a vida de esposa foi interessante para Susan até que em fevereiro de  1966  Eaton morre de hepatite.  Durante os outros doze anos recebeu mais quatro indicações, porém somente ganhou uma delas em 1958 pelo filme Eu quero viver, onde interpretava uma mulher viciada em drogas no corredor a morte.  Em 1972 foi diagnosticada com vários tumores inoperáveis no cérebro,  com os quais ela travou uma batalha hercúlea por dois anos, o que mesmo assim não a afastou da atuação, e  ainda foi uma das convidadas á entrega do Oscar em 1974. Mesmo fragilizada e usando uma peruca, estava extremamente elegante, amparada por Charlton Heston e somente na saída do espetáculo, passou mal e teve de ser levada ao hospital. Faleceu em 14 de março de 1975, aos 56 anos, sendo enterrada em Carrolton,Geórgia, na Igreja Católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ao lado do marido, sendo até hoje relembrada por muitos fãs, que recordam de suas personagens algumas vezes levadas, energéticas, esquentadas como é privilegio das ruivas, determinadas e polêmicas.



David e Betsabá com Gregory Peck



Uma vez Susan disse:" Quando você está morto, está morto. Ninguém vai lembrar de mim quando eu morrer. Oh, talvez alguns amigos se lembrem com carinho. Ser lembrada não é a coisa mais importante no fim das contas.É o que você faz, quando está aqui que é importante."

Você almeja todas as coisas que lhe disseram que o estrelato significa- a vida rica, o aplauso, as festas cheias de celebridades. Então você descobre que tem tudo isso. E que não é nada, realmente nada. É como uma droga que dura algumas horas, uma pílula para dormir. Quando acaba o efeito, você tem que viver sem a ajuda dela.

Curiosidade: suas pegadas no Grauman Chinese Theater é a unica marcada com pó de ouro.
   Supõe-se até hoje que seu câncer, assim como com John Wayne , Agnes Moorehead, e  muitos outros das equipes de filmagem do filme O conquistador, que teve locações próximo á area de testes do governo para agentes quimicos.

Filmes que devem ser vistos em minha opinião: 
Adam had four sons
My foolish hear
I´ll cry tomorrow ( Eu chorarei amanhã)
I want to live! ( Quero viver!)
O  vale das bonecas ( 1967)
As neves do Kilimanjaro ( 1952)
Demetrius e os gladiadores
Smash up: a história de uma mulher
David e Betsabá ( 1951)
With a song in my heart





                                                      Vídeo feito por fã, como tributo.








terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SILENT MOVIES ( OS FILMES MUDOS)



Amo filmes mudos. Se as pessoas deixassem o preconceito de lado e percebessem a beleza que eles tem... quando os olhos diziam mais que mil palavras.





Hoje vou falar sobre Lucky Star com Charles Farrell e Janet Gaynor de 1922.Ele lindo como sempre, ela uma pequena pilha atômica. Um filme extremamente meigo, doce e que mostrava um Estados Unidos, lutando para se mover e sair dos resquicios da primeira guerra mundial. Estranhamente para um filme mudo esse conseguiu sobreviver e pode ser visto completo no youtube ou outros links.  A história se situa durante a primeira guerra mundial (14-18) quando um instalador de poste telefonicos Timothy Osborn ( Farrell)conhece uma garota pobre e picareta Mary Tucker ( Gaynor), que faz de tudo para conseguir um pouco de dinheiro para alimentar a si mesma, a mãe durona e os irmãos. No inicio não se dão bem, porem durante a guerra ele é ferido e volta paraplégico para sua solitaria cabana. Ela começa a visitá-lo e criam um vinculo de amizade, A parte mais bonita do filme para mim é justamente essa amizade, é a forma que ele inventa para tornar seu mundo menos triste e ao mesmo tempo ensinar a uma garota largada pelo mundo a ser um pouco mais feliz.  claro que depois aparece um amigo não muito bom que tem interesse na garota, agora batizada por Tim de Baa-Baa porque ela é uma ovelha negra segundo ele, e como se imagina Tim descobre que a pequena Baa Baa não é tão criança e que ele gosta mais dela do que imaginava. Um filme como já mencionei, meigo, com cenas lindas de Frank Borzage o diretor também de muitos outros clássicos com Seventh Heaven ( com os mesmos atores) e fotografia muito bonita de  Chester Lyons  e William Cooper Smith. Vale muito a pena assistir.
        O filme foi liberado com copias mudas e parte faladas , somente sobraram as mudas. Baseado na história: Tres momentos na vida de Timothy Osborn de Tristan Tupper






domingo, 12 de janeiro de 2014

CHARLES "CHARLIE" FARRELL





Charles Farrel é um dos meus astros favoritos do cinema mudo. Eu o vi pela primeira vez no filme mudo: 7th Heaven com Janet Gaynor que originou uma parceria em mais de dez filmes juntos. Rosto de menino, alto, fisico de lutador, e também um ator muito bom.Charles Farrell nasceu em Onset Bay, Massachussets em 09 de agosto de 1901, sua mãe era interessada em ser atriz e o pai dono de restaurantes e alguns cinemas.Ele estreou em  Old Ironsides, de 1926 que teve um bom sucesso nos cinemas e com os criticos.Depois disso ele iniciou a dupla com a atriz  Janet Gaynor, o que deu muito certo e os catapultou em onze filmes juntos em uma grande parceria.Em Seventh Heaven,  Charles no papel de Chico, o limpador de esgotos mostra que a bondade independe de dinheiro ou posses. Seu ultimo filme  mudo com ela foi Lucky Star de 1929 onde ele, como um sobrevivente da primeira guerra luta para viver em uma cadeira de rodas. Na década de 40 ele se aposentou do cinema, continuando como co-proprietario ( o outro sócio era Ralph Bellamy)do Palm Springs Racket Club, o que o tornou financeiramente saudável como também ajudou a fazer a cidade desértica da Califórnia, tornar-se um centro de glamour com os artistas. Com a popularização da tv, nos anos 50 ele passou a estrelar shows como Margie (52-55) E o The Charlie Farrell Show (1956-60) . Vivendo em Palm Springs tornou-se prefeito em 1953, cargo que exerceu por 7 anos.Foi casado com a atriz Virginia Valli ate a morte dela em 1968. Nunca casou novamente. Morreu em Palm Springs em 6 de maio de 1990 de ataque cardíaco.












terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sobre Heddy Lamarr

Esse texto não é meu, pertence ao geek .com.br, mas achei muito interessante e falando sobre uma atriz muito legal, entao estou "compartilhando" já que tenho intençao de escrever sobre ela posteriormente .Se o site se sentir ofendido é só me mandar uma mensagem que eu tiro .
“Qualquer garota pode ser glamorosa. Tudo o que ela tem de fazer é ficar parada e parecer burra”. Essa é a frase mais famosa da nascida Hedwig Eva Maria Kiesler, de origem austríaca, atriz que já foi considerada a melhor em seu auge profissional com sua presença marcante e beleza incontestável nas décadas de 1930 e 1940. Ninguém mais improvável para inventar uma tecnologia que iria revolucionar as comunicações militares e, décadas depois, ser a base da telefonia celular.
A ascensão de Hedy Lamarr ao mundo dos filmes – e, consequentemente à fama – deu início quando a aspirante a diva atuou no filme checo chamado Êxtase (Ecstasy), em 1932. A cena principal era um escândalo para a época: 10 minutos de pura exibição sexual (para a época, é claro – confira aqui: video.mail.ru/mail/valpal1989/1695/3207.html).

É fato que um comitê do governo americano se escandalizou, a fita saiu de cartaz logo depois de sua primeira apresentação ao público e a maioria das cópias acabaram sendo queimadas. Mas, embora o filme pudesse ter sido responsável por encerrar a então curta carreira de Lamarr, na verdade, foi o impulso para dar início a tudo.

Antes mesmo da guerra começar, Hedy recebeu um convite para trabalhar em Hollywood pela MGM, onde ganhou o nome artístico de Hedy Lamarr por Louis B. Mayer. Atuou em mais de 30 filmes ganhando especial popularidade depois de protagonizar, ao lado do galã Victor Mature, no filme Sansão e Dalila, produzido em 1949. Mas, atrás da imagem de estrela, Lamarr desafiou os esteriótipos escondendo – por pouco tempo – a inteligência e criatividade que faziam dela uma artista de pinturas abstratas e uma poderosa inventora.

Quando a guerra explodiu em 1945 Lamarr decidiu fazer algo a respeito, mesmo tendo o fútil mundo da fama e do dinheiro na palma de sua mão- apesar do patriotismo estar aflorando toda a população americana, a bela atriz tinha razões pessoais para tentar mudar o percurso da guerra contra os nazistas.

Lamarr fugiu das ciumentas garras do seu primeiro marido, Friedrich Mandl, e foi a Hollywood estrear sua carreira mundial. Extremamente possessivo, Mandl tinha a esposa como uma obra de arte ambulante, que exibia com orgulho. Entretanto, fora dos olhos das pessoas influentes, Mandl trancava Lamarr na mansão e mantinha uma empregada á sua sombra.

A causa da fuga também foi o impulso para sua invenção anos mais tarde. Mandl era dono de uma fábrica herdada por seu pai que vendia pesados armamentos bélicos – adepto do fascismo e do nazismo, frenquentemente vendia armamentos a Hitler. A atriz até chegou a conhecer Mussolini pessoalmente.

Cansada da infelicidade matrimonial, Lamarr drogou a empregada e fugiu com todas as suas jóias depois de quatro anos de casamento. Porém, antes da fuga Lamarr tinha visto o suficiente para mudar os rumos da Segunda Guerra. Mandl estava tentando utilizar a recente “moda” do rádio para controlar armas à distância – o rádio era obviamente melhor do que cabos elétricos para isso, pois vão muito mais longe.

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Nas ondas do rádio

Desde o fim do século 19 que nomes como J. C. Bose, Heinrich Hertz, James Clerck Maxwell, Alexander Popox, Sir Oliver Lodge e Nikola Tesla já experimentavam com a transmissão de mensagens por ondas de rádio. Mas foi um italiano naturalizado americano, Guglielmo Marconi, que transformou todas as pesquisas de seus antecessores em um produto vendável e (principalmente) que podia ser produzido em série.

Usadas primeiramente na telegrafia, depois na telefonia sem fio e por fim como rádiodifusão (estações comerciais com música e noticiário), as ondas de rádio prestavam-se muito bem para transmitir mensagens durante a guerra e também para, como queria Mandl, controlar armamento à distãncia.

Só havia um pequeno problema: ao contrário dos cabos, mais difíceis de encontrar, o inimigo tinha fácil acesso às mensagens via rádio. Assim como hoje você ouve sua FM preferida no rádio do carro em qualquer lugar da cidade, bastava o inimigo “sintonizar” na sua estação para ouvir as comunicações entre o comando e o front.

Além disso, sabendo a frequencia em que a “conversa” se dá, o inimigo pode facilmente não só ouvi-la como interferir nela.

É nesse interim que Lamarr e o músico George Antheil entram na história.

É difícil determinar como o pianista George Antheil e a atriz Lamarr se conheceram. Há fontes que dizem que graças à grande popularidade de Antheil, os dois se conheceram em uma festa em Hollywood, porém há quem diga que os dois foram vizinhos no verão de 1940 e Hedy, sabendo do vasto conhecimento geral de Antheil, o questionou se ele podia aumentar seu seios. Enfim, de um jeito ou de outro, os dois logo se tornaram amigos.

Sozinho, George Antheil tinha razões pessoais suficientes para querer acabar com a Guerra ou, pelo menos, tentar. Na década de 30, Hitler começou uma caçada à casas musicais que promoviam a estética do Modernismo – para Hitler, o Modernismo era uma aberração judaica e a Alemanha Forte deveria ater-se aos ideais do Romantismo, expoente no século 19.

Sem saída, Antheil – um músico obviamente afinado com seu tempo – fugiu da Europa e refugiou-se nos Estados Unidos. Antheil estava furioso com Hitler. Não somente por destruir seu meio de trabalho e sobrevivência, mas por influenciar negativamente, segundo sua opinião, a arte europeia. Peter, seu filho, lembra que o pai gostaria de ter entrado para o exército, mas não podia devido à idade. Dessa maneira, Antheil e Lamarr compartilhavam a vontade de lutar e participar ativamente da Segunda Guerra Mundial.

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Como esconder uma transmissão de rádio

Hedy – que possuía fortes conhecimentos de física e rudimentos de eletrônica – tinha bolado sozinha um conceito inovador chamado de “alterância de frequências” ou “frequency hopping”. Pela idéia dela, bastava o transmissor e o receptor mudarem repetidamente de frequência para tornar impossível a receptação pelo inimigo.

Imagine novamente sua estação de FM preferida no rádio do seu carro. Você só consegue sintonizá-la porque a frequência (no caso do FM, em megahertz) da estação não muda nunca, está sempre no mesmo lugar. Para quem tem uma FM comercial isso é o desejado, afinal ele quer que você encontre e escute a rádio!

Numa guerra, entretanto, a idéia de Lamarr faz sentido. Se você mudar constantemente a frequência de transmissão (e obviamente não contar pra ninguém), o inimigo não terá como descobrir onde está a estação que deve sintonizar. Se houvesse uma maneira de sincronizar o receptor aliado com a frequencia do transmissor, apenas os dois aparelhos em sincronia teriam acesso às mensagens. A ideia de Lamarr empacou nesse “detalhe”: como sincronizar os dois lados?

A contribuição da Antheil veio para resolver justamente esse problema, e usando um expediente que ele já tinha empregado (olhe só) em uma música de sua autoria, Ballet Mécanique. Antheil propôs que a sincronização da frequência do rádio se daria da mesma forma que a sincronização dos 16 pianos de sua mais famosa obra musical: com rolos perfurados de pianos automáticos, uma tecnologia do século 19 que se vê em muitos filmes de época.

Transplantando para o mundo das telecomunicações, bastava adaptar nos transmissores e receptores esse mesmo rolo dos pianos. Bastava que a transmissão e a recepção acontecessem exatamente no mesmo momento e pronto: comunicações secretas entre dois pontos. O sistema era capaz de usar 88 frequências diferentes em uma transmissão – o mesmo número de teclas do piano, o que não é nenhuma coincidência.

O fato de a frequencia mudar rapidamente com o tempo tinha outro efeito colateral: além de impedir que o inimigo ouça as comunicações, também dificulta que ele interfira nelas.

A ideia logo se chamou “Sistema de Comunicação Secreta”.

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Como esconder uma transmissão de rádio, parte 2 (ou: roubando uma patente)

Finalmente Lamarr e Antheil tinham em suas mãos uma arma funcional que poderia ajudar os aliados a vencer a guerra. Como qualquer enterpreneur americano, pretendiam patenteá-la. Para isso receberam ajuda de um engenheiro elétrico do Instituto de Tecnologia da Califórnia e em 1942, a patente foi oficializada. Como era um sistema bem complicado (e era mesmo), o entusiamo dos inventores era, de longe, muito diferente daqueles que questionaram a eficácia da invenção.


Parte da patente de Hedy Lamarr e George Antheil, que descreve um sistema mecânico para salto de frequência, o futuro Spread sSpectrum que controlavam remotamente torpedos. Imagem: eetimes.com

Os militares norte-americanos, em especial, não levaram a sério a associação entre o sistema proposto e um mecanismo originalmente concebido para tocar música em salões cheios de moçoilas afetadas. Não ajudava nada o fato de que, nos anos 30, os militares eram muito mais resistentes a mudanças e a novas tecnologias – o contrário da guerra computadorizada de hoje. A dupla, vendo que não conseguiria levar a ideia adiante, desistiu dela, e ambos passaram a usar seu prestígio artístico para conseguir fundos para financiar a guerra.

O interessante é que, apenas 12 anos após o fim da guerra, em 1957, alguns engenheiros da divisão de sistemas eletrônicos da multinacional Sylvania criaram um sistema seguro de comunicação militar usando o mesmíssimo princípio – só que empregando a eletrônica em vez de complicados mecanismos de relógio e rolos de papel perfurado. Foi mantido em segredo até 1959, quando a patente de Lamarr e Antheil já tinha expirado, e foi usado ostensivamente por navios de guerra desde então.

O trabalho da dupla, entretanto, ainda é citado até hoje nos pedidos de registro subsequente de patentes tanto civis quanto militares. Não obstante, nem Lamarr nem Antheil jamais ganharam um centavo com isso.

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Finalmente, Spread Spectrum

E se em vez de usar um número finito de frequências, espalhássemos a transmissão de forma quase infinita e dentro de uma grande faixa de frequências? Muita gente fez isso, e a tecnologia resultante ficou conhecida como Spread Spectrum, ou espalhamento espectral.

Como ficou provado logo após a Segunda Guerra, o Spread Spectrum poderia impedir que os inimigos ouvissem as transmissões. Mas o paradigma mudou, se comparado ao do frequency hopping de Lamarr e Antheil. Com um número muito grande de frequências, em vez das 88 propostas, o sinal deixa de ser percebido como uma transmissão de fato e passa a ser ouvido como puro ruído radioelétrico. O nível do sinal é tão baixo que, fazendo-se passar por um ruído de fundo, não é percebido.

Mas, à medida que as pesquisas avançavam, descobriu-se mais características que tornavam o Spread Spectrum interessante:

1. A já citada segurança na comunicação (o inimigo não consegue escutar a mensagem);

2. Resistência a interferência destrutiva (o inimigo não consegue embaralhar a mensagem, impedindo a comunicação);

3. Resistência a interferências naturais (o sistema é mais resistente a interferências dos fenômenos climáticos, é mais difícil causar a interrupção ou );

4. A possibilidade de vários canais de comunicação usarem a mesma faixa de frequência.

De fato, desde que o “frequency hopping” de todos os canais não coincida, pode-se colocar vários canais dentro da mesma faixa. A telefonia celular (por exemplo, a tecnologia CDMA) faz uso dessa característica do Spread Spectrum, o que garante a confidencialidade das ligações telefônicas e transferência de dados. De quebra, com um controle adequado e usando técnicas modernas de multiplex, essa característica permite que mais canais telefônicos sejam “enfiados” na mesma faixa de frequência do que seria possível com técnicas mais tradicionais. Outra tecnologia que se baseia no princípio é o Bluetooth.

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Quem diria que tudo isso seria resultado não das pesquisas de um cientisa em algum galpão obscuro da Marinha, mas sim de uma rápida ideia de uma linda, rica e talentosa atriz de Hollywood. Literalmente, coisa de cinema.

Trivia: uma imagem de Lamarr foi usada por muitos anos pela Corel para ilustrar a caixa, os manuais e o Splash Screen de seu software mais conhecido, o CorelDRAW.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Movie Musicals



Neste espaço vou falar de filmes que mudaram minha vida.Os musicais.Lindos, alegres,extremamente bons de assistir,com estrelas tão brilhantes quanto´as que adornam os céus.